sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Teatro Vento Forte recebe Grupo Andaime neste final de semana

Olá Pessoal!!!

Gostaria muito de contar com a presença dos amigos nestas duas apresentações que faremos em São Paulo do espetáculo "As Patacoadas de Cornélio Pires"... Não percam!!!
Nos encontramos lá.
Beijo pra quem é de beijo e abraço pra quem é de abraço,


Abegão

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

EXPO-LITERÁRIA EM SOROCABA


PROJETO REALIZADO PELO INSTITUTO ARAPOTY E CIA DUBERRÔ INTEGRA PROGRAMAÇÃO DA EXPO-LITERÁRIA EM SOROCABA


“Fábulas de Iauaretê” apresenta contação de histórias, oficinas e palestra com o escritor Kaká Werá. Apoiado pelo Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura – Programa de Ação Cultural e patrocinado pela Sorocaba Refrescos, projeto oferece atividades gratuitas.


Na próxima sexta-feira, dia 23 de outubro, a cidade de Sorocaba recebe a primeira atividade do projeto “Fábulas de Iauaretê”, uma adaptação do livro de Kaká Werá, realizada pelo Instituto Arapoty e Cia Duberrô. O projeto integra a programação da Feira Literária de Sorocaba, e seguirá ainda por outras cidades, como Tatuí, Itu, Laranjal Paulista, São Roque, Votorantim, Itapetininga, Itapeva, Limeira e Itapecerica da Serra.


Dia 23 de outubro de 2009, às 10h, 14h e 15h30.Local: Tenda Villa Lobos - Biblioteca Municipal de Sorocaba [Av. Eng. Carlos Reinaldo Mendes, 3.041]
Gratuito. Duração: 90 minutos. Capacidade: 100 lugares. Classificação indicativa: a partir de 10 anos.Agendamento para educadores, alunos e público espontâneo pelos telefones: (15) 3211-2911 / 3211-2902, com Paulo ou Elisa.


Palestra
Dia 23 de outubro de 2009, às 19h.Local: Auditório da Biblioteca Municipal de Sorocaba [Av. Eng. Carlos Reinaldo Mendes, 3.041]
Gratuito. Duração: 50 minutos. Capacidade: 100 pessoas. Classificação indicativa: a partir de 15 anosAgendamento para educadores, alunos e público espontâneo pelos telefones: (15) 3211-2911 / 3211-2902, com Paulo ou Elisa.

Informações gerais: (11) 9894-0395 / (19) 8175-2286

Sobre a Cia Duberrô: http://www.encantoria.com.br/

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Sobre Árvore dos Sapatos, Contação de Histórias e Juraci...

"Conhecer o Abegão é como se estivesse sempre com as malas prontas para um prazerosa viagem. Ele chega com sua maneira de ser e vai criando o clima, um verdadeiro contador de histórias, um criador de caminhos, um fazedor de coisas nenhumas e frases presas por prendedores. Foi num desses encontros que tornei-me a emocionar. Quando ouvi falar de uma determinada Árvore dos Sapatos me dei o direito de ouvir e aprender que não somos mais os mesmos após o primeiro passo, assim é nossa história, é a história que construímos, a história que contaremos para quem virá depois de nós.
E numa dessas viagens encontrei a "Árvore dos Sapatos" e gostaria de dividir com todos.
Então achei essas imagens que muito me diz."
Grande abraço


Juraci

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Eu não estava preparado para assistir aquela coisa estranha

Essa foi a história contada por mim no encerramento da Oficina de Contação de Histórias, que agora compartilho com vocês...

Grande abraço de saudades,

Abegão



"Tudo o que não invento é falso."



Lacraia

Um trem de ferro com vinte vagões quando descarrila,
ele sozinho não se recompõe. A cabeça do trem ou seja
a máquina, sendo de ferro não age. Ela fica no lugar.
Porque a máquina é uma geringonça fabricada pelo
homem. E não tem ser. Não tem destinação de Deus. Ela
não tem alma. É máquina. Mas isso não acontece com a
lacraia. Eu tive na infância uma experiência que
comprova o que falo. Em criança a lacraia sempre me
pareceu um trem. A lacraia parece que puxava vagões.
E todos os vagões da lacraia se mexiam como os vagões
de trem. E ondulavam e faziam curvas como os vagões
de trem. Um dia a gente teve a má idéia de descarrilar
a lacraia. E fizemos essa malvadeza. Essa peraltagem.
Cortamos todos os gomos da lacraia e os deixamos no
terreiro. Os gomos separados como os vagões da máquina.
E os gomos da lacraia começaram a se mexer. O que é
a natureza! Eu não estava preparado para assistir
aquela coisa estranha. Os gomos da lacraia começaram
a se mexer e se encostar um no outro para se emendarem.
A gente, nós, os meninos, não estávamos preparados
para assistir àquela coisa estranha. Pois a lacraia
estava se recompondo. Um gomo da lacraia procurava o
seu parceiro parece que pelo cheiro. A gente como que
reconhecia a força de Deus. A cabeça da lacraia estava
na frente e esperava os outros vagões se emendarem.
Depois, bem mais tarde eu escrevi este verso: Com
pedaços de mim eu monto um ser atônito. Agora me indago
se esse verso não veio da peraltagem do menino. Agora
quem está atônito sou eu.

Do livro Memórias inventadas - A segunda infância de Manoel de Barros

Algumas fotos da Vanessa Batitucci




























Algumas das fotos enviadas pelo Ori
























sábado, 10 de outubro de 2009

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O Causo das Galinhas (contada pelo Ori)



Nhô Tico era um cumpadi meu muito querido. Vou contar um causo muito engraçado com Nhô Tico, Nhá Tuda (muié dele) e um montão de galinha! Foi assim:

NHÔ TICO (gritando do terreiro) - Nhá Tuda? Vô muda de ramo. Vô criá galinha!
NHÁ TUDA (estranhando) - Uai... nóis já temo criação de galinha! Lá no nosso galinhêro ta apinhocado delas. Tem bem umas 50...
NHÔ TICO (explicando) - Não, Nhá Tuda. O que nóis temo é galinha brasileira. Umas merdica magrela, ponhando uns ovico de nada. Tô falando que vô mudá de ramo pruquê vou criá galinha americana, que é o que tá fazendo o japonês. Eles tão tudo podre de rico. Ocê há de vê só uma coisa. (Nhô Tico diz isso e parte pra cidade, onde vai buscar a única galinha americana que seu dinheiro guardado por muito tempo deu pra comprar)
NHÔ TICO (chegando, carregando debaixo do braço uma galinha gorda e branca, linda como uma pluma) - Óia só, Nhá Tuda! Isso sim é que é galinha. Ocê vai vê agora a nossa produção.

A galinha era deveras bonita. Tinha uma crista enorme e vermelha cor de sangue. Os olhos da dita cuja, podem acreditar, eram verdes. Galinha pra desfilar. Nhô Tico, depois de mostrar orgulhosamente a galinha pra mulher dele, solta a dita cuja no galinheiro, juntamente com as tais 50 outras galinhas – brasileiras e cada uma mais depauperada que a outra. Dizendo a pura verdade, as galinhas de Nhá Tuda eram a vergonha da nossa raça. Uma estava cambaleando manquitola, outra se coçando de tanto piolho, outra com um olho cego. Enfim, uma tristeza. E ali estava agora, em meio a esta pocilga, uma raridade americana.

GALINHA AMERICANA (com nojo, olhando a sujeira) - As senhorras morram aqui? Ahnn? My God!!!
GALINHA 1 (respondendo com sotaque caipira) - Nóis véve aqui. Por quê?
GALINHA AMERICANA (sempre com desprezo) - E as senhorras... Porr acaso botam??? GALINHA 1 (sempre encarando a arrogância da forasteira) - De vez in quando a gente põe um ovo. Porque?
GALINHA AMERICANA - E quando custarr um ovo de vocês?
GALINHA 1 (olhando pra uma cumadi) - Oh cumadi? Quanto é que tá um ovo nosso no mercado?
GALINHA 2 - Um rear... mai ô meno, uai.
GALINHA AMERICANA - Posso usar um ninho de vocês para uma demonstraçon?
GALINHA 1 - Pode ocupá o meu. Se quisé, pode inté morá nele a vida toda. (A americana se ajeita no ninho, fecha os olhinhos verdes e sonha com os States pra depois de uns 15 minutos sair cantando e dançando uns passos de balé)
GALINHA AMERICANA - Cócó dé... cócó dé... Vejam o meu produto! (Ela aponta para um ovo botado ali e agora, de aproximadamente meio quilo, lindo de se ver)
GALINHA AMERICANA (com arrogância) - Se um ovo de vocês custarrr 1 realll, para o meu ovo vão terr que pagar no mínimo... 5 reaisss.
GALINHA 1 (olhando para a cumadi brasileira) - Oh cumadi! Vê se nóis ia se arrebentá tudo só pru causa de 4 rear... Sai pra lá siô!


por Rolando Boldrin

Fotos enviadas pela Helena













quarta-feira, 7 de outubro de 2009

terça-feira, 6 de outubro de 2009

sábado, 3 de outubro de 2009

sexta-feira, 2 de outubro de 2009